A crise é do clima? Ou é nossa?

O modo como a humanidade explora a Natureza para produzir e consumir está aquecendo a Terra e provocando alterações que atingem a todos, mas principalmente as crianças
Criança segurando um globo terrestre. Crise do clima

08 Nov A crise é do clima? Ou é nossa?

As mudanças que vêm acontecendo no clima, como secas prolongadas, enchentes, furacões e ondas de calor são provocadas pelo modo como nós, seres humanos, exploramos a Natureza. O que chamamos de crise do clima é uma consequência do modo como produzimos e consumimos. 

Desmatamentos e queimadas, uso de agrotóxicos e de combustíveis que geram poluição do solo e do ar, mais o descarte de toneladas de plástico e outros materiais tóxicos é que está aquecendo e degradando o planeta a um ponto em que não consegue mais se recuperar.

A crise do clima, portanto, é consequência de nossas atividades, não de mudanças naturais. Esse problema que criamos já atinge, hoje, as crianças e adolescentes. E deve se intensificar, comprometendo o seu futuro.

Já que a crise do clima é na verdade nossa, o que podemos fazer?

Uma vez que nós criamos essa situação, precisamos mudar para revertê-la! Existem transformações que podemos adotar individualmente, como comer menos carne, compostar os restos de alimentos, consumir menos, evitar plástico, reciclar. Mas é preciso ir bem além disso. Temos de pressionar empresas e governos para buscarem fontes de energia limpas e reformularem o sistema de consumo e descarte.

Também precisamos agir para adaptar as cidades e os países para as mudanças que já estão acontecendo, e as que sabemos que virão. E, nesse caminho, distribuir de modo justo os investimentos e as responsabilidades, para que não sejam os mais vulneráveis, em especial crianças, que tenham de pagar essa conta.

É sobre proteger quem mais sofre: as crianças

Segundo dados da UNICEF, 1 bilhão de crianças e adolescentes estão expostos a níveis extremamente altos de poluição do ar, 920 milhões estão altamente expostos à escassez de água e 820 milhões a ondas de calor. Por isso, a UNICEF classificou a crise climática como uma Crise dos Direitos das Crianças.

Crianças e adolescentes representam um terço da população mundial, mas não estão sendo consideradas, nem ouvidas. É justamente essa a proposta que o programa Criança e Natureza, uma iniciativa do Instituto Alana, quer levar ao Egito, onde acontece, entre os dias 6 e 18 de novembro, a COP 27 – Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática. 

Em parceria com ongs internacionais, lançamos a campanha #Kidsfirst, que coloca os interesses de crianças e adolescentes no centro do debate sobre a crise climática. Nosso objetivo de longo prazo é chegar a um acordo entre os países participantes da COP, que garanta a participação plena e as necessidades das crianças.

Para saber mais

Visite a página da campanha Kidsfirst: https://kidsfirstclimate.org/