Francisco Vera, ativista colombiano de 13 anos, leva a voz das crianças para a COP27

Em mesa com representantes de diversos países, ele destacou a necessidade de crianças serem incluídas nas soluções e planos para a crise climática
Imagem de Francisco Vera, usando óculos e um casaco amarelo. Ao seu lado estão Laís Fleury e JP Amaral, do Instituto Alana.

11 Nov Francisco Vera, ativista colombiano de 13 anos, leva a voz das crianças para a COP27

“A crise climática está intrinsicamente relacionada aos direitos humanos das crianças. É uma ameaça à qualidade de vida das crianças. O bem-estar, a dignidade e o futuro das crianças estão nas mãos de vocês”, disse Francisco Vera Manzanares, um menino colombiano de 13 anos, a representantes de diversos países presentes em um dos grupos de trabalho da COP 27, Conferência da ONU que trata sobre mudanças climáticas.

Francisco Vera é ativista desde os seus 10 anos, quando fundou o grupo Guardianes por la Vida (Guardiões pela Vida), na cidade onde mora. Hoje o grupo cresceu e está presente em vários países, como Argentina e México. Na Colômbia, Francisco já se tornou conhecido, chegou a discursar no Congresso e, infelizmente, recebeu ameaças de morte via Twitter, em 2019.

Foi durante a pandemia, ao pedir que o governo desse mais atenção aos estudantes, melhorando a conexão para que todos pudessem assistir às aulas online, que as intimidações começaram. A covardia causou comoção e o presidente Ivan Duque prometeu investigar, mas até agora ninguém foi apontado como autor. Em solidariedade, o menino recebeu várias cartas, inclusive a de Michele Bachelet, ex-presidente do Chile e atualmente alta comissária da ONU para os direitos humanos.

No ano passado, a convite da organização internacional Earth Day e como Embaixador da Boa Esperança da ONU, ele foi convidado a falar num painel com jovens da Europa, América Latina e do Caribe na COP 26, em Glasgow, e entregou uma carta com sugestões para combater a crise climática, elaborada por meninos e meninas, à Unicef.

JP Amaral, coordenador do Criança e Natureza, ao lado de Francisco Vera, que segura uma folha laranja, onde está escrito KidsFrist.

Francisco Vera com JP Amaral, coordenador do Criança e Natureza, apoiando a campanha Kids First (Crianças Primeiro, em tradução livre)

Sem se intimidar, Francisco segue com seu ativismo. Neste ano, levou o recado de que os meninos e meninas, principalmente os da América latina e dos países do sul global, que já vêm sendo afetados pela crise climática, sejam ouvidos e levados em conta nas negociações. Ele falou no GST Global Stocktoke (grupo que faz o balanço da implementação do acordo de Paris, firmado pelos países participantes da COP).

O Criança e Natureza, uma iniciativa do Instituto Alana, está no Egito, onde a conferência acontece e se encontrou com Francisco. Junto com diversas organizações internacionais, o Alana está à frente do movimento “Kids First” (Crianças Primeiro, em tradução livre) que busca colocar os interesses e os direitos de crianças e adolescentes no centro das resoluções sobre emergência climática. 

Para saber mais

Visite a página da campanha Kidsfirst: https://kidsfirstclimate.org/