Ansiedade climática: como lidar com um futuro assustador?

Pesquisa mostra que adolescentes e jovens acreditam que terão menos oportunidades que seus pais e se sentem traídos. Saiba como nós, adultos, podemos ajudar
Criança desenha o planeta terra no chão, usando giz de lousa nas cores azul e verde.

21 Sep Ansiedade climática: como lidar com um futuro assustador?

Uma pesquisa recente, realizada com 10 mil adolescentes e jovens ao redor do mundo mostrou que eles estão sofrendo de “ansiedade climática”. Embora espalhados por 10 países com diferentes graus de desenvolvimento, 55% dos jovens dizem acreditar que terão menos oportunidades do que seus pais e 65% deles declaram que os governos, com sua falta de ação, estão traindo as futuras gerações. Do total, 75% afirmam que “o futuro é assustador”.

Publicada na revista “Lancet Planetary Health”, e realizada com a participação de vários centros de estudos europeus, a pesquisa entrevistou jovens da Austrália, Reino Unido, Estados Unidos, Índia, Nigéria, Filipinas, Finlândia, Portugal,  França e Brasil. Em nosso país, 79% dos ouvidos acreditam que o governo está falhando ao agir.

“Vimos que a ansiedade climática é real entre os jovens, está afetando suas vidas e decisões, e é um fenômeno global”, disse ao jornal Valor Econômico o professor da Universidade de Helsinque, na Finlândia, Panu Pihkala, co-autor do estudo. “É uma resposta racional à crise que é tão dramática e severa”.

Como nós, adultos, podemos ajudar os jovens e as crianças a lidar com tudo isso?

Ouvir e validar suas emoções é o primeiro passo. Conversar sobre suas dúvidas e sobre as soluções que já existem pode amenizar o estresse. Mas, para além de acolher as angústias, sentir que é possível fazer algo e saber que seus pais e pessoas próximas se engajam de algum modo para superar a emergência climática é o que traz alívio.

Cada um de nós, em seu campo profissional, em suas rodas de amigos, em suas escolhas eleitorais e em suas decisões de consumo, é capaz de agir. Mostrar essas possibilidades para os jovens e as crianças, e engajá-las nessas mudanças de hábitos, ajuda a diminuir a sensação de impotência.

Recusar plásticos e materiais descartáveis, parar ou diminuir o consumo de carne e o de produtos de origem animal em geral, cultivar alimentos, verdejar nossa vizinhança, gastar menos energia e combustíveis fósseis, tratar o lixo doméstico e escolher candidatos preocupados com o futuro do planeta e que tenham planos para minimizar a crise são alguns exemplos de ações individuais com as quais podemos contribuir. Além de, claro, apoiar os milhares de jovens que hoje lutam, ao redor do mundo, por um mudanças para um futuro melhor.

Para além do individual, claro, é necessário agir no coletivo, pressionando governos e empresas por mudanças urgentes. No Brasil, o grupo Famílias pelo Clima vem realizando esforços nesse sentido, apoiando os jovens em suas reivindicações. Isso mostra aos mais novos que, para além do discurso, há um grupo de pessoas que se importa e trabalha para mudar a realidade. Vamos juntos?

SAIBA MAIS

PESQUISA DA AVAAZ SOBRE ANSIEDADE CLIMÁTICA