Com parceria, parques naturalizados se espalham pelo país!

Projeto em aliança com a Urban 95 leva formações, assessoria e implementação de espaços naturais de brincar para diversas prefeituras, trazendo benefícios para as crianças e para as cidades
Criança brincando sobre troncos de madeira de diferentes tamanhos e agrupados.

06 maio Com parceria, parques naturalizados se espalham pelo país!

Se você fosse prefeita ou prefeito, e tivesse à mão uma solução rápida, de baixo custo e que vai trazer benefícios para muitas crianças, para suas famílias e ainda ajudar a cidade, o que você faria? Implementaria, certo? Pois é exatamente isso que os Parques Naturalizados oferecem!

“Em Fortaleza, fizemos um mapeamento e vimos que, embora existam grandes áreas naturais, como a própria orla, elas estão muito mal distribuídas. Quando olhamos para espaços onde mora muita gente, há uma enorme carência de verde. Por isso embarcamos na ideia de criar parques naturalizados, trazendo a natureza para perto das casas das pessoas, para perto das escolas”, conta Thais Costa, Coordenadora do Laboratório de Inovação de Fortaleza – Labifor. 

Para disseminar o conceito dos parques naturalizados e incentivar os municípios a adotarem essa ideia, o programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, em parceria com o projeto Urban95, iniciativa da Fundação Bernard van Leer, está promovendo formações e assessoria para várias prefeituras em todo o país. A ideia é mapear áreas públicas e requalificá-las, aproveitando as características dos terrenos e construindo mobiliário e espaços para o convívio e o brincar com materiais naturais, como podas de árvore, terra bambu ou outros disponíveis nos territórios. 

Criança saltando entre estrutura de um brinquedo feito de bambu, semelhante a uma estrela.

Microparque Seu Zequinha, Fortaleza. Foto: Tibico Brasil

“Assessoramos as prefeituras e implantamos pilotos, durante os quais as equipes podem ser treinadas, para depois aplicarem as técnicas e aprendizados em novas áreas, ganhando escala. O projeto também prevê monitoramentos, além de pesquisas em parceria com universidades e avaliações periódicas”, explica Paula Mendonça, coordenadora pedagógica do programa Criança e Natureza.

“No Brasil, apenas cerca de 35% das crianças pequenas frequentam uma creche. Isso quer dizer que todas as outras (65%) estão em casa, com seus cuidadores. Criar espaços de convivência ao ar livre, para que possam se relacionar com outras crianças é fundamental para a saúde física e mental de toda a família”, diz Claudia Vidigal, da fundação Bernard van Leer. 

Neste ano, cinco novos municípios devem receber formação e projetos pilotos: Jundiaí, Benevides, Mogi das Cruzes, Sobral e Teresina. Nesses locais, várias secretarias vão trabalhar em conjunto. “É preciso um esforço intersetorial para que os parques naturalizados sejam planejados, implementados e aproveitados pela população, com o envolvimento das áreas de urbanismo e meio ambiente para o planejamento; obras e serviços públicos na implantação e manutenção; e saúde, assistência social, cultura, educação e esportes para pensar nas formas de engajamento da comunidade e aproveitamento dos espaços pelos moradores”, conta Paula.

Os municípios participantes estão engajados e empolgados com a possibilidade de experimentar essa solução baseada na natureza que ajudará as crianças e seus cuidadores, bem como as cidades, gerando mais áreas verdes permeáveis, sombra, e colaborando com a diminuição da poluição do ar. Caruaru, que fez o primeiro piloto no Monte Bom Jesus, pretende inaugurar mais 10 parques naturalizados; Niterói mais 15, e Fortaleza mais 30. “Vimos como a recuperação de áreas que estavam abandonadas, e a possibilidade de um maior contato com a natureza mudou a vida das pessoas que participaram dos pilotos em Fortaleza”, diz Thais Costa. “Nos parques naturalizados, criam-se experiências sensoriais e investigativas fantásticas. São espaços que convidam à exploração, ao movimento, à contemplação da beleza. Ter esse tipo de lugar perto de casa ou da escola é muito importante, principalmente no comecinho da vida, quando as crianças desenvolvem suas capacidades físicas, cognitivas e socio emocionais”, diz Claudia.