A depender do contexto social, econômico e territorial, a experiência de cidade, de escola e de família varia. Isso também é verdadeiro para o envolvimento das crianças com o espaço público e natural. Há múltiplas infâncias e, consequentemente, múltiplas formas de vivenciar encontros com o outro e com a natureza.
Por causa da falta de segurança, nos diversos contextos socioeconômicos, as famílias priorizam manter as crianças confinadas em ambientes fechados e privados. Apesar dessa atitude representar uma forma de cuidado, o fato é que isso mantêm as crianças apartadas dos espaços públicos e áreas abertas. Assim, elas têm poucas oportunidades de brincar de forma não dirigida e gradualmente experimentar uma vivência autônoma da cidade, caracterizada pela liberdade de movimento e de ir e vir.
São Paulo tem apenas 2,6 m2 de áreas verdes por pessoa. O padrão internacional recomenda 12 m2. A média geral já é considerada baixa por especialistas, mas alguns bairros, na região central e na periferia, enfrentam paisagens ainda mais cinzentas. Mesmo tendo a maior área de mata da cidade, o bairro de Parelheiros, por exemplo, tem 0,29 m² de praças e parques por habitante. (Agência Estado, 2012)