Por que uma cidade não pode ser para brincar?

Programa Criança e Natureza lança o livro Cidades para BRINCAR e SENTAR: Uma Mudança de Perspectiva para o Espaço Público, que conta como duas cidades alemãs se transformaram em lugares mais lúdicos com a participação de crianças e idosos
Três meninas brincam nos acompanhantes de caminho instalados na calçada.

29 jan Por que uma cidade não pode ser para brincar?

Boa parte do que vemos ao caminhar por uma cidade está destinado aos motoristas ou tenta nos vender alguma coisa. Concebidas desse modo, as cidades se tornam territórios hostis, principalmente para as crianças. Mas será que cidades precisam ser, sempre, o império dos carros ou do comércio?

O livro Cidades para Brincar e Sentar, de Bernhard Meyer e Stefanie Zimmermann, apresenta o projeto de intervenção no espaço público das cidades de Griesheim e Brühl, na Alemanha, realizado com a participação de crianças, idosos e de pessoas com mobilidade reduzida.

Bernhard Meyer, autor do livro Cidades para Brincar e Sentar, conversando com crianças na Alemanha.

Bernhard Meyer, autor do livro Cidades para Brincar e Sentar, conversando com crianças na Alemanha.

A publicação detalha as etapas do planejamento e a identificação de rotas relevantes para as crianças, mapeadas por elas, que resultaram na escolha de locais para a instalação de objetos de brincar, e de oportunidades para a permanência no espaço público pelos idosos ou pessoas com mobilidade reduzida. Ao final do processo, a brincadeira, o encontro e o descanso não ficaram mais restritos a praças, parques ou outros locais fechados, e passaram a fazer parte de toda a paisagem das cidades. 

Quando pensadas dessa forma, as cidades permitem que as crianças e pessoas que de algum modo têm sua mobilidade reduzida consigam participar da vida diária com mais autonomia e durante mais tempo. Com pontos para o descanso espalhados pelos caminhos, uma muleta, um andador ou uma bengala podem ser dispensados. Uma medida preventiva, uma vez que pessoas que de outra forma ficariam em casa, estão aptas a desfrutá-la.

Ao criar rotas seguras para chegar à escola, com cruzamentos bem definidos e objetos atraentes pelo caminho, as crianças dominam por conta própria os trajetos. Trata-se de uma medida de segurança viária: as crianças ficam mais atentas ao caminho, e os carros percebem sua presença. Isso contribui para o desenvolvimento saudável das crianças, ao mesmo tempo que melhora a cidade.  

Embora existam diversos desafios a serem vencidos no Brasil para que as ruas possam ser consideradas seguras, o livro traz bons exemplos implementados em nossas cidades também e faz os contrapontos cabíveis entre Alemanha e nosso país.

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